Brasil e Espanha optam por reciprocidade na entrada de turistas nos países

Aeroporto de Barcelona - El Prat  (Foto: Rodrigo Costábile)
O mês de março ficará marcado pelas mudanças turística e mercadológica na relação entre o Brasil e a Espanha. Após uma idosa tentar entrar na Espanha para visitar sua família e ser deportada para o Brasil, a presidente Dilma Rousseff optou pelo princípio da reciprocidade e ordenou que todos os aeroportos brasileiros fizesse um controle mais rigoroso na chegada dos espanhóis. As exigências seriam as mesmas em ambos os países. 

O estudante Rodrigo Costábile, 24 anos, já viajou diversas vezes à Barcelona, na Espanha, e afirmou que suas viagens sempre foram muito tranquilas, tanto na ida, quanto no seu retorno.

Entretanto, o ponto mais importante é que o Costábile tem tios e primos que moram na Espanha. Seus avós vieram de lá na imigração e, por isso ele possui a cidadania espanhola. 

O estudante contou um momento em que aconteceu no aeroporto em uma das vezes que foi com sua família para o país europeu. Ele contou que seu irmão mais novo e seu pai não possuem a dupla cidadania e viajaram com o passaporte brasileiro, enquanto Costábile e sua mãe embarcaram com o passaporte espanhol.

Costábile ressaltou que a diferença de tratamento entre eles foi enorme. Ele e sua mãe passaram com uma enorme tranquilidade na chegada ao aeroporto da Espanha. Ao contrário de seu pai e seu irmão que precisaram responder inúmeras perguntas, além de comprovar toda a documentação e as exigências que o Consulado Espanhol propõe. 

“Poderia ter um procedimento diferente para aquelas pessoas que têm família na Espanha, como é o meu caso, o caso do meu pai e também do meu irmão, e que não precisasse de tantas exigências e de um tratamento tão diferenciado apenas pelo fato de você entrar no país com o passaporte brasileiro ou espanhol”, afirmou o estudante. 

A reciprocidade não muda apenas a relação de turistas que vão a Espanha ou chegam no Brasil, as mudanças vão muito além disso. Elas chegam comércio, mercado profissional e até mesmo nas áreas de intercâmbios entre os estudantes. 

O estudante Rodrigo Costábile conta que sua família é a favor sobre as medidas que a Espanha, e em geral, a Europa tomam em relação a turistas. E que as razões deles são cabíveis a esses tipos de atitudes. Já no caso do Brasil, a família Costábile acredita que deveriam facilitar a entrada de espanhóis no país. 

“Acreditamos que tudo se complica com essas medidas. A situação dos países é diferente, a Europa vive bem melhor que o Brasil, independente da crise que possa existir, eles vivem melhor. Vejo pelos meus tios que moram lá, o dia-a-dia deles é completamente diferente do nosso, além do estudo ser muito bom e a segurança pública nem se compara”, declarou. 

Ele ainda completou sua resposta falando sobre os interesses que acontecem entre os países. “Os espanhóis que decidem vir para o Brasil, normalmente, já são com um plano traçado. Eles vem para estudar em boas universidades que nós temos, como por exemplo as públicas ou renomadas, ou através de convite para bons cargos em grandes empresas e multinacionais. Diferente dos brasileiros que vão para a Espanha com intuito de morar lá para guardar dinheiro e depois retornar ao seu país”, complementou. 

Se por um lado vemos a dificuldade dos turistas, por outro existe o momento complicado que as agencias de turismo vivem após esses problemas. De acordo com a turismóloga Michelle, da Agência de Turismo CVC, da unidade do hipermercado Andorinha, na Zona Norte de São Paulo, houve um impacto relevante desde que essas informações começaram a ser veiculadas na mídia. A venda dos pacotes turísticos, passagens de ida e volta e seguro viagem diminuiu cerca de 10% neste segundo bimestre de 2012. 

“Desde que as autoridades brasileiras anunciaram as mudanças e aconteceram os problemas lá na Espanha, ocorreu uma queda na nossa agência. Acreditamos que isso seja normal por enquanto, e que possa voltar a ser melhor depois que o caso ficar mais esquecido. O problema é que as pessoas têm medo de serem barradas longe de casa e gastarem tudo à toa”, explicou a turismóloga. 

É importante ressaltar que a situação na Espanha não é tão boa economicamente e por isso, algumas exigências lá e cá ainda podem ficar mais branda ou mais severas. O ideal é que todas as pessoas que pretendem viajar à Espanha vão até o Consulado Espanhol, localizado na Avenida Brasil, 948, Jardim América, e tire todas as suas dúvidas sobre a viagem. 

Segundo dados disponíveis na internet do Instituto Nacional de Estatísticas, existem 87.128 espanhóis registrados sob a lei como residente no Brasil. Todavia, o número de espanhóis que vieram a passeio ao Brasil em 2011 ultrapassa 180 mil. 

A reciprocidade entre os países obrigam que os turistas estejam com o passaporte original com validade mínima de 06 meses, fundos suficientes para a estadia na Espanha, sendo dinheiro, travel check e cartão de crédito, bilhete aéreo ida e volta confirmado, voucher do hotel e serviços adquiridos durante a estadia na Espanha e comprovante de aquisição de seguro de viagem internacional englobando assistência médica/hospitalar e repatriação sanitária. Nos casos de estadia em casa de amigo ou parente, é necessária a apresentação da carta assinada do dono da casa com a data que ele irá receber o turista em sua residência. 

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