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O engenheiro civil, Francisco Cardoso, aponta que a falta de profissionais nesta área deve-se pelo aumento da demanda e pela diminuição da oferta. “O setor da construção vem crescendo a valores acima do crescimento dos outros setores econômicos e demanda com isso um aumento de recursos, dentre os quais a mão de obra, mas a economia como um todo vai bem e os trabalhadores preferem ir para setores mais atraentes do que o da construção civil”, explica.
O apagão atingiu todos os postos e, hoje, não se encontra profissionais qualificados para os cargos mais simples. As empresas estão com dificuldades de encontrar até mesmo pedreiros e serventes, pois de acordo com uma pesquisa feita, em 2011, pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas somente 17,8% dos trabalhadores do setor frequentaram um curso de educação profissional.
A falta de um trabalhador capacitado afeta diretamente na obra. Para Cardoso, “trabalhadores sem as devidas competências são colocados na produção, do projeto à obra, e isso pode acarretar em atrasos e perda de qualidade”.
O estudante de engenharia do Instituto Mauá de Tecnologia e estagiário em uma construtora, Tiago Magnani, disse que sempre ouviu falar na faculdade sobre a falta de profissionais no setor e que depois que começou a trabalhar na área pode perceber como é a realidade do cenário. “Não temos, realmente, pedreiros, carpinteiros, gesseiros e pintores qualificados, existem vários cursos profissionalizantes, mas as pessoas não buscam se especializar e, com isso, a gente tem uma mão de obra desqualificada que prejudica muito a qualidade dos serviços”.
Com relação a falta de engenheiros, o estudante disse que acha muito importante fazer uma pós-graduação. “Eu quero sim fazer uma pós e um mestrado para me tornar um profissional competente”. Magnani também comentou que, enquanto não conclui a graduação, procura aprender o máximo no estágio, que é acompanhado por um profissional experiente.
No mercado existem pessoas dispostas a trabalhar, mas a maioria não é capacitada e para o engenheiro Francisco Cardoso é “preciso definir uma estratégia nacional de capacitação profissional nacional para o setor e em todos os níveis”. Cardoso diz que, além disso, é necessário melhorar as condições de trabalho no setor, a infraestrutura dos canteiros de obras, os salários e os benefícios.
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